Os termos esquerda
e direita em política, oriundos da
França revolucionária do século XVIII, continuam atuais, a despeito de serem descartados pelos
conservadores.
Na Assembleia Legislativa Francesa (1792), do lado direito da presidência ficavam os moderados (os Girondinos), partidários de frear as mudanças revolucionárias. Do lado esquerdo, os deputados radicais (a Montanha), que queriam o aprofundamento da revolução.
Na Assembleia Legislativa Francesa (1792), do lado direito da presidência ficavam os moderados (os Girondinos), partidários de frear as mudanças revolucionárias. Do lado esquerdo, os deputados radicais (a Montanha), que queriam o aprofundamento da revolução.
Precisamos ser rigorosos para que as palavras tenham a
precisão de um conceito.
Jacob Gorender define uma posição de esquerda como sendo "o conceito referencial de movimentos e ideias endereçados ao projeto de transformação social em benefício das classes oprimidas e exploradas. Os diferentes graus, caminhos e formas dessa transformação social pluralizam a esquerda e fazem dela um espectro de cores e matizes" (GORENDER, Jacob. Combate nas trevas, 1987, p. 7).
Desse modo, verificamos que o autor procura dar ao conceito operacionalidade. Ou seja, práticas que
não se coadunam com essas referências não podem ser chamadas de esquerda, pois
seria apenas um engodo.
Além do papel da mídia capitalista na produção da alienação,
não podemos deixar de mencionar a colaboração de partidos de
"esquerda" ou "centro-esquerda" que assumem a agenda do
mercado e implementam políticas recessivas e reacionárias (vide exemplos de
Zapatero, na Espanha, e do partido socialdemocrata, na Grécia; Obama, nos EUA,
subsidiando aqueles que fomentaram a crise, como, por exemplo, o setor
financeiro).
A classe trabalhadora vota lidando com as limitações de
acesso à informação, mas também decepcionada com a traição de classe daqueles
que dizem defendê-la, mas na prática assumem e radicalizam medidas neoliberais,
diametralmente opostas ao que prometeram nas campanhas.
Portanto, a coerência é exigida. Não é à toa que fascistas de
diversas latitudes encontram espaço para suas demagogias (Le Pen, na França;
Mariano Rajoy, na Espanha).
O melhor antídoto contra essas posições retrógradas, sem
dúvida, é a prática honesta com os princípios reais da transformação em favor
daqueles que historicamente são espoliados.
Exemplificando:
1) São posições de esquerda a atual onda de reduções da taxa
Selic. Seu aumento injustificado é amamentar os rentistas (estes são defendidos
pela direita política e econômica).
2) São posições de direita a defesa do monopólio dos meios de
comunicação. A direita não quer arredar pé de seu poder, mas será obrigada se a
correlação de forças pender à esquerda, criando uma lei de meios de comunicação
que democratize os instrumentos de acesso à informação, direito básico e
fundamental.
3) São posições de direita a defesa do latifúndio. A esquerda
luta pelo distribuição da terra e da renda; por igualdades de acesso à justiça,
à saúde, à moradia, à educação etc.
4) São posições de esquerda a luta contra o trabalho escravo,
a informalidade e a precarização das condições do trabalho. A direita,
nostálgica da escravidão, gostaria de retornar aos “bons tempos” do cativeiro e
da submissão.
5) São posições de esquerda aquelas que colaboram para
reduzir e destruir as injustiças e as opressões.
6) São posições de direita a manutenção pelo maior prazo
possível das iniquidades, pois a miséria e as desigualdades são fonte de
enriquecimento para os que se locupletam com a miséria alheia.
7) São posições de direita a imposição de valores fátuos,
fúteis e com alto poder de alienar.
8) A corrupção é intrínseca às instituições capitalistas. Sua
prática por setores que se denominam de “esquerda” na realidade esconde apenas
a adesão deles aos princípios e ações da direita, uma vez que os recursos
públicos deixam de beneficiar aqueles que mais precisam de subsídios,
configurando delito e conivência com a injustiça.
9) A justiça de classe é típica da estrutura jurídica capitalista
e questão de princípio para a direita, porque alimenta preconceitos e mantém o
status quo.
10) As transformações político-econômico-sociais acontecem
porque as pessoas, os movimentos e organizações trabalham para isso. A direita
quer a revogação de direitos trabalhistas arduamente conquistados pelos
trabalhadores. A esquerda busca a defesa desses direitos e a criação de outros
que protejam aqueles que produzem a riqueza no planeta.
11) Posições de esquerda: Criação de direitos,
desconcentração de renda e de poder, destruição das iniquidades, combate à
corrupção.
12) Posições de direita: Revogação de direitos trabalhistas,
concentração de renda e de poder, preservação das iniquidades, corrupção
endêmica e epidêmica.
13) Historicamente, esquerda designa os movimentos e processos favoráveis às transformações em benefício dos pobres. Por outro lado, a direita, representante dos conservadores, busca preservar o status quo e repelir as mudanças de interesse popular.
13) Historicamente, esquerda designa os movimentos e processos favoráveis às transformações em benefício dos pobres. Por outro lado, a direita, representante dos conservadores, busca preservar o status quo e repelir as mudanças de interesse popular.
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Como é bom ler um artigo que não seja elocubração intelectual sobre a questão de esquerda e direita. Parabéns pela clareza cristalina. A esquerda precisa falar ao povo, com artigos como esse.
ResponderExcluirObrigado, RLocatelli.
ExcluirBuscamos sempre a clareza em nossoas intervenções.
Abs.